CHORAM MEUS SONHOS

Choram meus sonhos

Já é madrugada alta

A história se mostra em uma

Imensa tela, à meia luz

Deixando um rastro luminoso

De lixo

E uma muralha de intrigas

Nos sacos lacrados.

Se ao menos o sol perfurasse

Os sacos...

Mas é madrugada,

Chove fino e cria uma

Cortina

De espelho aberto à escuridão.

Há prata no negro do céu

No engodo dos olhos dos homens

Ainda há lágrima nos olhos

Dos sonhos

E uma luz banha a mente,

De dentro da mente

A criar lágrimas da prata,

De pedra

Concreto no abstrato da alma

Que como mel se desmancha

Insanamente

Nas dores dos dentes de ouro

Encravado nos favos das abelhas

Das flores

Choram secos os sonhos

Nos destroços dos monturos.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 25/03/2011
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