CHORAM MEUS SONHOS
Choram meus sonhos
Já é madrugada alta
A história se mostra em uma
Imensa tela, à meia luz
Deixando um rastro luminoso
De lixo
E uma muralha de intrigas
Nos sacos lacrados.
Se ao menos o sol perfurasse
Os sacos...
Mas é madrugada,
Chove fino e cria uma
Cortina
De espelho aberto à escuridão.
Há prata no negro do céu
No engodo dos olhos dos homens
Ainda há lágrima nos olhos
Dos sonhos
E uma luz banha a mente,
De dentro da mente
A criar lágrimas da prata,
De pedra
Concreto no abstrato da alma
Que como mel se desmancha
Insanamente
Nas dores dos dentes de ouro
Encravado nos favos das abelhas
Das flores
Choram secos os sonhos
Nos destroços dos monturos.