Confissão de um moribundo à vida

Vida, não complica minha história, me destina a uma glória, um amor, sedução,

Veja, meu passado me devora, já passei por tantas provas, já sofri desilusão,

Hoje, vê se põe em minha frente à mulher mais que eloqüente, seja mente e razão,

Predestina meu caminho, retirando os espinhos que fincaram o coração.

Estou cansado de olhar para as paredes ou no terraço, só, na rede, sem alguém para me ouvir,

Tenho o direito ao desfrute, quero alguém para que me grude a seu corpo ao seu sentir,

Não exijo nada mais do que acho que mereça, mesmo que depois me esqueça sem eu pedir,

Valerá o fato da vivencia, mesmo que em pouca convivência, e depois se exaurir,

E quando achar que devo refletirei tudo que vi e vejo, chorando pelo leite não derramado,

Repetirei todos os atos que seja, de fato, símbolo do contrário de um ser amarrado,

Evocando do fundo d`alma, como do copo transborda a água, sentimentos desesperados,

Traduzindo toda força, contrária ao da forca, não me enforcarei no tempo parado.

Quando estiveres pronta para me levar na morte tonta, já irei feliz,

Não apenas com as brincadeiras, mas com as rasteiras que não me deram e o que fiz,

Lembrando dos que me aceitaram, dos que detestaram e dos que eu quis,

Aceita vida! Minha proposta, não imposta, apenas me avisa, me diz.

Tenho o direito de resposta, mesmo se não gostas te deixarei contente,

Penso que me deves este encanto, pois te garanto que me sinto latente,

Embora a impressão que tenho é que do mundo de onde venho sou demente,

Por te imaginar criatura, mesmo que imatura, mas sem me sentir doente.

Falo contigo sem te conhecer por inteiro, em meu desespero quero viver,

Menti por toda esta trova, tenho como prova o desejo de vê o amanhecer,

Estava te curtindo, ganho mais tempo fingindo o que queria esquecer,

Na verdade, estou sendo egoísta e por mais que insista nunca vou aprender.

Então me segura em teus braços, me prendendo em teus laços até o fim,

Faça o que puderes, finja que me queres, mantenha o sopro em mim,

Não quero ruínas, nem mesmos as cinzas não me deixe assim,

Não fui o homem perfeito, mesmo com todos os defeitos, não fui tão ruim.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 18/03/2011
Reeditado em 16/04/2011
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