Minha alma
Dia nublado, choroso,
retrato momentâneo de minha alma.
Que na ciranda do tempo...
muda continuamente.
Às vezes quente,
tantas vezes gélida.
Inconstante,
volúvel por natureza,
intempestiva e bombástica.
Infantil, se recusa a crescer.
Adolescente, é efervescente... intensa.
Torrencial como uma chuva de verão.
Em seus momentos de maturidade,
percebe-se velha, a vista turva.
O olhar fica nublado,
como o céu outonal.
Mas teimosa, não se curva às intempéries da vida.
Alma, que não mais suporta ser ferida,
apenas por momentos se permite,
sussurrar lacrimejante...
se condoer com a vida, maldizer o destino,
para a seguir, iluminar-se e,
transformar em calor e luz
o retrato dantes cinzento e sem vida.