Minha alma

Dia nublado, choroso,

retrato momentâneo de minha alma.

Que na ciranda do tempo...

muda continuamente.

Às vezes quente,

tantas vezes gélida.

Inconstante,

volúvel por natureza,

intempestiva e bombástica.

Infantil, se recusa a crescer.

Adolescente, é efervescente... intensa.

Torrencial como uma chuva de verão.

Em seus momentos de maturidade,

percebe-se velha, a vista turva.

O olhar fica nublado,

como o céu outonal.

Mas teimosa, não se curva às intempéries da vida.

Alma, que não mais suporta ser ferida,

apenas por momentos se permite,

sussurrar lacrimejante...

se condoer com a vida, maldizer o destino,

para a seguir, iluminar-se e,

transformar em calor e luz

o retrato dantes cinzento e sem vida.

Fernanda Maria
Enviado por Fernanda Maria em 06/11/2006
Código do texto: T283733