Camaleoa
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Uma aurora criança brinca com o mar,
dedilha notas nas águas mansas
beija a areia que ao lado dorme,
deita e rola fingindo que descansa
Costuma abrir os braços
pede ao sol que a beije ardente,
desnuda-se e molha o corpo, como
um réptil serpenteia...ou finge-se de sereia
Olha ao redor e seu riso desabrocha,
acorda a alma, veste-se de ninfa
e pelos jardins se esconde
rápida camaleoa transforma-se...
Dança sem permissão exótica ,
fecha os olhos e exibe a boca nativa,
lépida declama versos vagos,
como se fossem eles eruditos
Dissimulada, torna-se alva e rósea
uma camélia virginal desponta
mas na verdade tem espinhos,
marca e fere quem encanta...