CICATRIZ
A rolinha arrulha terno
seduzindo seu parceiro,
a se esquentarem no inverno,
na copa do cajueiro.
Faz-me lembrar da infância,
em inocência, ignorância,
minh’alma padece em ais,
me vejo atrás da touceira,
de estilingue, baladeira,
matando seus ancestrais.
Elas vem, chegam em bando,
alegres, no meu quintal,
môo, remôo assuntando,
o quanto lhes fiz de mal...
A minha dor é tamanha,
catam pedrinhas no chão,
pinicam meu coração,
remorso arde, não é doce,
nódoa n’alma como fosse,
queimadura de castanha.