Ampulheta

A areia escorrega pelo vidro,

as estrelas descem,

mais uma manhã renasce

e sobrevoa a vida como pássaro.

A poeira baixa, e uma gota de chuva

cai por sobre a roupa

que encharca enquanto caminha

numa direção que não há trilhas...

E teu rosto parece de um anjo,

quando sorris enternecida.

A areia escorrega pelo vidro.

E não há mais. Só palavras e versos.

E versos nem sempre dizem tudo...

Olham-se, há distância, e silêncio...

A areia escorrega pelo vidro,

e uma lágrima escorre pelo rosto

já pálido, e cansado, e descrente...

Mais uma manhã nasce,

teu rosto ainda é de anjo,

Mas teu corpo já cansado.

Lúcio Vérnon
Enviado por Lúcio Vérnon em 16/02/2011
Código do texto: T2796509
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