Morena

Morena de seios fartos, lábios carnudos, pele firme, carnes firmes.

Um cheiro de relva, de delícia, de volúpia, de prazer.

Morena que enfeitiça, que enebria.

Morena arte de pecar, cor de pecado,

sei lá...

Um misto de deusa e puta.

De escárnio e certeza...

Cheiro de coisa impura, de sexo medonho, de enfado e espera...

Morena de parar o trânsito, de mexer com a natureza, de escandalizar o santo.

Profana, insensata, santa, maligna e pegajosa.

Delícia e zombaria, desejo, orgasmo.

Plena lição de perversidão.

Morena deleite, cor de chocolate.

Morena estúpida, morena, morena.

Loucura total, prazer de carne, de osso, e coisa e tal.

Loba em dias de calor, despida de todo pudor.

Deusa, de novo, puta, mais uma vez.

Ah, morena de traços fortes, de cor e de sorte.

Demônio sem máculas, anjo sem asas.

Peca e faz pecar. Sonha e faz sonhar.

Morena de outros, de quartos, camas e lençóis.

Mulher de muitos amores, de um só pensamento

e um só molestar.

Amores esquecidos, e rápidos, e fúteis.

Sóbrios pensamentos, pérfidos quereres.

Ódios e rancores. Amores e metades.

Morena que um dia eu vi,

e que do rosto jamais saiu...

Na cama em que te possui,

meu sonho puro jamais dormiu.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 17/01/2011
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2734225
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