NEBLINA EM LONDRES
O outono do teu país
Não é como o da minha terra.
Quanto mais frio faz,
Mais a folhagem se desfaz,
Caindo folha à folha ,
Das árvores seminuas,
Cobrindo todo esse chão,
Com amarelado tapete,
Que de incerteza encerra.
Em Londres madrugam
As cinco horas da tarde.
Entre árvores desfolhadas,
Vejo nenhum jardim,
Nem a flor que tanto quero,
Esse mimoso jasmin.
Sim, aguardo, te espero,
Ando sozinho no frio,
Sopro neblina sem fim.
Nada sai do lugar,
Esconde suas torres
Esse mundo cinzento.
Levar-te-ei a estações
De eternas primaveras.
O outono do meu país
Não é como o da tua terra.