Abandono
Incessante busca a olhar um céu de mácula.
O que foram feitos de nossos risos
quando a madrugada se instalava!
Percebi um sorriso morno, distante, na minha chegada
e uma alegria incontida, porém, sombria na minha partida.
 

O que aconteceu com o tudo ou nada!
A precipitação desmedida de um querer que
sem querer se diluiu e de nós partiu.
 

Não há mais choro nem arrepios.
Um rio que secou, muitos peixes o sol matou,
ficando um leito vazio.
 

Na penúria escamosa, entre versos e prosas
concerto-me, me acerto num tempo que nada quer acertar.
Pendências, sofrimento, equação que não quer mais somar.
 

O abandono se fez refém e nunca mais te tocar.
Se oração eu vou rezar, se devoção esquecer,
se resumo apagar, eu não quero mais sofrer por te amar.


Edna Fialho

 
 
edna fialho
Enviado por edna fialho em 12/01/2011
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T2724482
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