Voltas da vida

O que me resta deste sonho

Que tanto minha alma sonhou?

O que me conta deste conto

Que tanto minha alma contou?

Em versos e rimas tão frios

E em notas ácidas e duras

Negaste-me teu amor terno

Puseste-me em frívola moldura

Se não me amas, porque me confessa

Se confessa, porque a mentira?

Mentes tanto ao meu coração

Que é verdade até suas mentiras

Eu canto e rimo em dores

Nesse canto que é derradeiro

Se te amo, você não me ama

Qual de nós desistirá primeiro?

Você só quer meus afetos, meus beijos

Só deseja meus abraços, carinho

Nem sequer demonstra o ensejo

Eu te busco, tu me deixas sozinho

Brincas com um sentimento

Zomba do meu grande amor

Se esquece que a vida dá voltas

Nessas voltas, ela devolve o favor

Não te esqueças das sementes que planta

E da chuva de lágrima com que a rego

Pois que um dia virá a colheita

Do amor que eu tenho-te, nego

Teus frutos serão dor e desprezo

Tua colheita será dolorida

Pois desprezas o que tenho no peito

E no peito, desprezas a vida

FidelisF
Enviado por FidelisF em 07/01/2011
Código do texto: T2714391
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