Voltas da vida
O que me resta deste sonho
Que tanto minha alma sonhou?
O que me conta deste conto
Que tanto minha alma contou?
Em versos e rimas tão frios
E em notas ácidas e duras
Negaste-me teu amor terno
Puseste-me em frívola moldura
Se não me amas, porque me confessa
Se confessa, porque a mentira?
Mentes tanto ao meu coração
Que é verdade até suas mentiras
Eu canto e rimo em dores
Nesse canto que é derradeiro
Se te amo, você não me ama
Qual de nós desistirá primeiro?
Você só quer meus afetos, meus beijos
Só deseja meus abraços, carinho
Nem sequer demonstra o ensejo
Eu te busco, tu me deixas sozinho
Brincas com um sentimento
Zomba do meu grande amor
Se esquece que a vida dá voltas
Nessas voltas, ela devolve o favor
Não te esqueças das sementes que planta
E da chuva de lágrima com que a rego
Pois que um dia virá a colheita
Do amor que eu tenho-te, nego
Teus frutos serão dor e desprezo
Tua colheita será dolorida
Pois desprezas o que tenho no peito
E no peito, desprezas a vida