L A G O
L A G O
Para Cícero Evandro
Wilton Porto
Lago, largo, inesgotável, azul...
Seiva que alimenta o sedento andarilho.
Luz que ilumina os aflitos de Norte a Sul,
Quando mister, até ao Sol dá brilho.
Hercúlea rocha, espada afiada, incansável.
Se da justiça traz na fronte o signo,
Da força do bem é fonte doce e inexorável,
Que do humano eleva o troféu dos dignos.
Quando a dor lhe dilacera o corpo inteiro,
Levado pelos algozes
que o destino impõe,
Ainda assim da face o mais sublime luzeiro
E o amor resplandecendo com a beleza que dispõe.
Com a rapidez do super-homem, chega quando a sede é rebelde.
Refresca, desobstrui os acúmulos que envenenam o sangue.
Mas se preciso, é um vendaval indomável, inverno que não se rende.
Sabe das venturas da água até num rude tanque.