A enfermidade

Por esses dias tenho sofrido de um mal

Mal esse que me destrói

Que muda toda minha personalidade

E confunde minha imagem a cada vez que olho no espelho

Por esses dias tenho sofrido de um mal

Procurei por remédios

Fui internada

Fui ao curandeiro

Guardei dietas

Mais de nada adiantou

O mal continua a devastar meu ser

Corroi cada centímetro de mim

Temia tanto dessa enfermidade

E agora essa doença alastrou

Enraizou por todo meu ser

Por toda minha alma

O que faço?

De me a luz?

Será que posso guardar uma esperança?

Tenho organizado todos meus arquivos

Lido meus livros

Olhado paisagens

E apreciado as mais lindas cachoeiras

E sinto que nada dessas obras da natureza tem me ajudado

E estar junto a essas divindades terrestres me faz sentir a cada segundo mais profana

Mais invalida

E mais próxima de meu fim

De nada elas estão me servindo

Quantas vezes usei do mundo que me cerca para o maior grau de êxtase?

E agora ?]

Agora simplesmente o mal me consome

Olho no espelho sou o que sempre fui, mas devastado por um mal incomum .

E não sei mais quem sou

Não sou mais eu ...

Perdi-me frente ao mal que não permite produzir o que me define como gente

Como Humano

Não passo de uma moribunda

Que aguarda ansiosamente seu tumulo

Seu descanso

Pois o seu dever já não pode ser cumprido

O seu mal o impede de realizar seu destino

A única coisa que peco

Se um ser que aguarda a morte pode suplicar algo

Imploro

Sobre meu tumulo

Grafem em vermelho púrpura em símbolo ao meu sangue

E em símbolo a cor de meu desespero e ao meu desamor

A simples frase

“Aqui jaz uma poeta que morreu do maior mal que um ser apaixonado pela poesia pode ter, o mal da ausência das palavras e da inspiração”

Myrror
Enviado por Myrror em 25/12/2010
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