Vermicidas
Pego estes orgãos com vermes
Colocados numa panela de barro,
Degustando-os o seu sabor demafóbico,
Bebo sangue desmanchado e bucólico.
Neste sarcadismo eu corto suas partes
Frito e as engulo com vontade,
Rasgo suas pernas em picadinho
Faço delas um suflê misturado com vinho.
Num pesadelo esquelético
O seu azedume se revolta,
Costura-se sua boca com estrume,
E com as larvas se montam suflês
Com verduras amargas.
Os vermicidas sevam a secreção
Alimentam a alma rústica com folhas secas,
Queimando seus restos na sombra da nítida corrupção,
Pois assim alarma-se o tardio veneno
Cego de sangue podre enrolado no chão.