Divagação
Cala tua voz, me empresta a tua coragem,
a minha? - Perdi pela vida de prantos.
Errei a direção, me atropelaram me fumaram,
cavei sepulturas e caí em despenhadeiros.
No desafio acordei-me anciã a espera da mortalha da noite,
postada, molhada de suor, de dor, de medo.
Pergunto-me por onde me encontro?
E não me encontro nas respostas que eu ouço.
Calha da telha velha no orvalho pousado,
sem resquícios de passados na luz submersa em ilusão.
A obstinada conquista gerou movimentação,
mas a amargura não mudou de posição e fincou-se,
entre meus pés descalços, na movediça areia do pântano.
Coragem? - Nem tua - nem minha. Ela apenas carpinha,
como uma ferida que se vê e não se toca,
pintura que não se retoca, moldura pra se ver sem perceber,
apenas apoiada ao chão!
Edna Fialho
Cala tua voz, me empresta a tua coragem,
a minha? - Perdi pela vida de prantos.
Errei a direção, me atropelaram me fumaram,
cavei sepulturas e caí em despenhadeiros.
No desafio acordei-me anciã a espera da mortalha da noite,
postada, molhada de suor, de dor, de medo.
Pergunto-me por onde me encontro?
E não me encontro nas respostas que eu ouço.
Calha da telha velha no orvalho pousado,
sem resquícios de passados na luz submersa em ilusão.
A obstinada conquista gerou movimentação,
mas a amargura não mudou de posição e fincou-se,
entre meus pés descalços, na movediça areia do pântano.
Coragem? - Nem tua - nem minha. Ela apenas carpinha,
como uma ferida que se vê e não se toca,
pintura que não se retoca, moldura pra se ver sem perceber,
apenas apoiada ao chão!
Edna Fialho