Desenhando

Vivo o tempo, intensamente,

Pelos contornos da vida

Desenhando o meu mudo

Infinito.

Cheio da angústia que

O tédio alimenta o fim

Que preludia infinitas horas

Receio.

Morrer da vida.

É o que desejo mas temo

Que ainda assim me lembre

Do amor que tive

Porque desejo não viver

Se não te tenho

Mas desejo fugir à morte

Pra não levar comigo

Lembranças.

E continuar esse desenho

De contorno e formas

Rústicas como meu viver

Pintando o revelo das sombras

Estas as mais visíveis

Ao meu coração.

Aqui vou rabiscando a cada dia

Entre as linhas da felicidade

Entre as da solidão

Um infinito mundo

Que não alterna onde vou.

Nesse mundo não há além

Não há saída, outro lado

Não há companheiros.

Mas nesse mundo

Não se vive sozinho

Se se tem as lembranças

E a saudade do amor verdadeiro

Que não foi, mas é infinito

Na eterna e boa solidão

Que um dia findar-se-à

CALIXTO
Enviado por CALIXTO em 18/10/2006
Código do texto: T267572
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