Pássaro sem pouso
Itinerante pássaro solitário da noite a revoar a esmo,
um céu comprido, extremo; _ áqua de enigmático abismo.
Mórulas de um tempo pequeno, atrevido condicionamento,
e sem pouso a couraça perdida em penas de ruflar desmedido.
Fraqueza inquisidora do pássaro a carpinhar sofrimentos,
vãs filosofias sobre asas e mundos, mortes e vidas,
feridas purulentas, saqueando indulgências peregrinas,
tesouros roubados da extrema carência da querência removida.
Pássaro sem pouso, doente, cansado, falido de história,
amontoou-se n’algum lugar deste vasto mundo assombrado,
revirando os escombros da dor que subjuga,
um pássaro impedido de futuro e de passado.
Edna Fialho
Itinerante pássaro solitário da noite a revoar a esmo,
um céu comprido, extremo; _ áqua de enigmático abismo.
Mórulas de um tempo pequeno, atrevido condicionamento,
e sem pouso a couraça perdida em penas de ruflar desmedido.
Fraqueza inquisidora do pássaro a carpinhar sofrimentos,
vãs filosofias sobre asas e mundos, mortes e vidas,
feridas purulentas, saqueando indulgências peregrinas,
tesouros roubados da extrema carência da querência removida.
Pássaro sem pouso, doente, cansado, falido de história,
amontoou-se n’algum lugar deste vasto mundo assombrado,
revirando os escombros da dor que subjuga,
um pássaro impedido de futuro e de passado.
Edna Fialho