Entorpecer da flor
Um flor apodrece,
de tanta vontade que tinha
bebericar na fonte da vida,
alguma vital líquida prece!
Mergulhar nos ventos da brisa,
enebriar-se com o toque do vento,
partilha que o vácuo da morte frisa...
em cada tilintar de tormento!
Queria a flor mais forte e bela,
com aquarelas a despetalar,
esperança que a fizesse arfar,
o sopro de vida a se manifestar.
Confusa! se dantes admirada,
agora pálida, excusa de tamanho rigor,
gélida... mas tão forte ao perecer.
Se somente morrer é esplendor,
aos olhos maravilhados de tédio...
sua conquista maior,
transpor pela rigídez da morte,
uma bela forma de entorpecer!