Entorpecer da flor

Um flor apodrece,

de tanta vontade que tinha

bebericar na fonte da vida,

alguma vital líquida prece!

Mergulhar nos ventos da brisa,

enebriar-se com o toque do vento,

partilha que o vácuo da morte frisa...

em cada tilintar de tormento!

Queria a flor mais forte e bela,

com aquarelas a despetalar,

esperança que a fizesse arfar,

o sopro de vida a se manifestar.

Confusa! se dantes admirada,

agora pálida, excusa de tamanho rigor,

gélida... mas tão forte ao perecer.

Se somente morrer é esplendor,

aos olhos maravilhados de tédio...

sua conquista maior,

transpor pela rigídez da morte,

uma bela forma de entorpecer!

roxie
Enviado por roxie em 02/12/2010
Código do texto: T2648907
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