A Rosa





Uma rosa em sua candura
Enfeitava um bem cuidado jardim
Ali também se encontrava
Cravos, botões-de-ouro, jasmim.


Sob um luar de prata
Tomava forma e cor.
Á medida que desabrochava
Aumentava seu esplendor.

Um dia um cravo lascivo
Da rosa se enamorou
Quando o sol no horizonte abrasava
O cravo, a bela rosa beijou.

Beijou-a e fez promessas
De um futuro de esplendor
E a rosa apaixonada
Em sua alcova o aceitou.

O cravo astuto e experiente
Fez mil juras de amor
E tudo era alegria
Ate que um dia...

Passou o tempo. Mudança.
E a rosa metamorfoseou
Perdeu naturalmente: formosura,
o aroma, a cor, a textura.

O cravo desestimulado
Afastou-se paulatinamente
Almejando que a rosa o esquecesse
Foi se tornando mais ausente.

A rosa triste e esquecida
Melancólica percebia
Que suas pétalas murchavam
E da corola desprendiam...caiam!

E num canto do jardim
Morre a rosa enfim
De saudade... de tristeza
Não fora amada, apenas desejada.

No jardim bem cuidado
A cada dia a vida renascia
Botões- de- ouro rutilavam
Botões de rosas desabrochavam.

Sob um luar de prata
O cravo astuto por ali estava
Despreocupado, lascivo espiava
Um botão de rosa que desabrochava.

Júnia Marx
Enviado por Júnia Marx em 21/11/2010
Reeditado em 27/11/2010
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