Cais de lata
Nas margens do cais de lata,
o homem simples descarregava bananas (morria ao sol).
Ilhado em redes de aço (não havia peixes naquela agua, somente a ressaca de girassóis inertes).
Memória,
visões,
poemas a margem,
coroas de ouro e semente equilibrando outros sóis postos.
(Eu) não lancei blasfemia, nem fiz sermão, nem finquei o cetro.
Não quero ser a sujeira da pele sem oração ou a imagem poeirenta do espia que descarrega banana.