A fechadura
Fogem névoas visíveis
Pra chegada de uma nova estação
Eu, contemplo inquieta
A chegada da primavera
Ver os bosques verdecentes
As árvores florescentes
O sol generoso
O brilho incandescente
Eu, detrás da fechadura
Uma mera matéria sem rua
Com passos largos
Enxergo os lagos
Com idealismo nos olhos
Percebo as flores neles refletido
Enxergo o mundo
Com olhos profundos
Eu, com passos firmes
Sem sombras de uma vida triste
Contemplo a vida
Os caminhos, as saídas
Mente móvel, ainda que obtusa
Corpo imóvel, ainda que sereno
Sou uma anomalia
Um querer sem agonia
Eu, com piso firme
Aprecio o microcosmo
Percebo a plenitude natural
A reverência de um astral
Eu, aguardo inquieta
De mãos dadas comigo mesma
Nenhuma alguma mudança
Alguma qualquer esperança
Enxergo o desabrocho de uma semente
A concretude de um sonho dormente
Acordado por mim
Sem direito de fim
E agarrada a eles
Concertada pelo espaço
Na somatória de cada passo...
Eu me acho