Hoje

Hoje eu quero a vida com sua plenitude,

sua simplicidade e tumulto,

sua obra inacabada, seu rascunho.

Hoje, que teu sorriso me venha com força

e eu te darei o meu melhor sorriso.

Só por hoje, modestamente, eu quero o tudo.

Vou explodir minha gargalhada,

explorar minha alma enfeitiçada,

mergulhar no íntimo da aura de quem me cerca.

Só hoje.

Eu vou te ver caminhar comigo,

eu quero caminhar contigo,

à frente, à traz, ao lado...

Contigo.

Hoje eu me didicarei à escrita,

cantarei versos, contarei causos,

aplaudirei tolices,

rirei de mim mesmo e ouvirei a pior canção.

Hoje eu quero ser livre para dizer não ao certo,

malhar o errado, contemplar o imperfeito

e ao final... dormir ao relento como um bêbado

inebriado de infinito entusiasmo.

O dia mais caro, e só por hoje, que eu humildemente chamarei de sempre,

eu quero te entregar....

Hoje eu me encarregarei de falar de amor,

daquilo que não se ama.

Hoje eu viverei sem coletes, sem guarda-chuvas, aspirinas

ou previsões lógicas.

Mas só pode hoje. Só pelo meu sempre.

Que os poetas e boêmios, que os cegos e loucos,

que os maltrapilhos e andarilhos, os justos e certinhos,

os pobres e os farrapos sejam lindos e completos.

Que a vida de hoje, seja, eternamente, um hoje singelo.

Pois viver sem saber que o dom da vida

é o marco de uma vida insana e imperfeita.

Mais do que bela e justa,

é aflição, cansaço e vitória.

A cada hoje. Em cada vida.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 08/11/2010
Reeditado em 12/05/2011
Código do texto: T2603345
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