Serenata

Eu ouço as canções antigas

de quando criança ainda,

acordes da madrugada

enchiam os meus ouvidos.

Canções serenas e lindas.

A lua por companhia

na quietude da praça.

Só vozes e instrumentos,

ao mais leve movimento,

enchiam a vida de graça.

Em meus olhos a harmonia

brilhava a cada cantiga.

Os dedos que dedilhavam

o violão que desfiava

a ternura eterna e antiga.

E até que o dia raiasse,

as vozes e a melodia

anunciando a manhã.

O desafio do pranto.

Hoje não há mais canto

na saudade temporã.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 07/11/2010
Código do texto: T2602016