Em silêncio

Silêncio! 03/09/2006 11:15

silêncio!

Que pouco a pouco

Vai-se profundo...

Nem roucas palavras

Nem mudo, tampouco surdo

Vai-se tão só

Silêncio!

Um a um

Deixa vaga a rua

Pausa...

acesos badalares

Uma alma despida

Cobre todo o cortejo

Psiu!

Não podeis suspirar aqui!

Onde a lua desce

É a morada das sereias...

Entre as conchas que branqueiam

Meus pés gelados estão

Psiu! (com o dedo indicador no lábio)

Neste leito adormece o amor

um sono tão pesado

trabalhou sem parar

Nem recebeu os honorários

Se aquiete, homem!

Que Por essas bandas

O Senhor Nada é o coronél

toda essa região Lhe pertence

Ninguém cá lê ou escreve

Silêncio!

Vem vindo a dona saudade

vem vindo a dona rancorosa solidão

numa escuridão vermelhante...

Um maltrapilho queria gritar

Com um Livro grosso na mão

Não deixaram

Porque o livro continha todo o veneno desse mundo

uma declaração de amor escrita em todas as linguas!

lucheco
Enviado por lucheco em 08/10/2006
Reeditado em 20/01/2007
Código do texto: T259432