Simplicidade

As roupas no varal

de repente, um vendaval.

Lá vai Dona Maria com seu vestido floral

por cima um avental.

No cabelo todo grisalho e liso

ela usa presilhas para segurar os fios

que teimam nos ombros ficar.

É uma senhora bondosa, que cuida do lar.

Sem no futuro pensar, nem do passado reclamar.

Vive um dia de cada vez.

Mora em um arraial.

Seu marido sai cedo para o milharal

dependendo da época,vai para o cafezal.

Volta para o almoço e o jantar.

Sempre que chega em casa

leva a mão no rosto da esposa para afagar,

ela sempre ocupada vira o rosto

e seus olhos transmitem tanto amor

que muitos consideram banal.

Mas como é belo perceber a harmonia do casal!

Sempre brincando,os netos de Dona Maria, estão no quintal

que juntamente com as crianças vizinhas

bagunçando e tagarelando na hora do lanche

saboreiam as quitandas feitas no forno de barro que está no quintal.

A casinha pequena e bonitinha, bem cuidada.

Jardineiras floridas na janela,

na varanda samambaias choronas e uma rede amarela.

Dona Maria não se descuida do seu pequeno jardim

repleto de rosas e azaleias.

Começa a chover no arraial.

Todos correm para suas casinhas próximas dali.

Cheias de calor humano e solidariedade.

Muito diferentes de algumas casas da cidade.

Grandes e sofisticadas,são frias e transmitem inveja e maldade.

Ali não tem Deus e falta amor e humildade.

Por que, não somos todos iguais?

Se somos feitos pelo mesmo Criador

e viemos ao mundo para praticarmos a bondade...

Edmeia
Enviado por Edmeia em 02/11/2010
Reeditado em 07/04/2014
Código do texto: T2593343
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