Aqui no mato o vento e o silencio
Se divertem de mãos dadas
Infantes, brincam pela noite à fora
Flertam com a lua e a madrugada
Às vezes brigam, o vento nervoso
Corre ligeiro pela relva molhada
Faz curvas, dá pinotes, assobia,
Chacoalha forte a janela quebrada
Depois ele se acalma, se apazigua
O silencio retorna sem dizer nada
Nova chuva fina cai e logo se vai
A atmosfera fica fresca e perfumada
Os velhos cães dormem, tudo dorme
Então a brisa sopra macia, a paz é selada
Sento-me à cama acendo um Charuto
A fumaça adentra minha alma cansada
Um cavalo, de repente, relincha na várzea
Um chamado que se perdeu da manada
Mas nada me afeta, assim neste oco de mundo
A vida segue e suas páginas vão sendo viradas!