De resto

Como um túmulo sombrio eu fico ao teu lado,

te vejo deitar no leito morno, e finjo desconhecer-te.

Sempre quis um recomeço, uma pitada de paz....

Não me destes o abrigo necessário e

eu não respondi aos teus apelos.

Descasos e desdéns... amor de dar arrepios.

Eu ouvi teu chamamento.

Firme, repleto de mim, vazio de nós, enfim.

Somos depósitos de lamúrias,

covas rasas, brasas em cinzas, mais nada.

Dois seres androides, dois seres estranhos.

Chuva em dia de sol, noite sem lua...

Qualquer coisa assim.

Vazio, imenso, opaco, só.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 05/10/2010
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2538818
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