Guerrilha e Fúria
“É um mar onde somente escolhidos podem navegar,
É um mar onde há de dois oceanos a se desembocar,
É, compadre, não é mar para qualquer são,
É um mar para a fera, aos deuses e a um leão”
Durante a batalha,
Por trás da cortina dos sonhos que estendemos
Erguem-se os elmos feridos à bala
E o fogo da palha titubeante, ainda aceso.
Uma remessa de lágrimas
De hora à outra se rompe em teia,
Teia nossa de embocaduras e de brio,
Parte-se e incendeia como palco alarde.
Poeta, sempre idealizas um mundo,
Mas o mundo ingrato nem sempre lhe tem na idéia,
Outrora tu és dor, tentas sê-la
E se não fores, não és poeta aos teus temores!
Ah! E se de repente tentam cessar tua chuva tristonha,
O que partir correntemente te lembrará:
É que o medo, a dor e a morte corrompem,
Mas a vida da chuva não podem levar.
Sol castigador este sobre nossas cabeças desertas,
Arranca, dilata, devora, descende,
Corrompe ligaduras, costura,
Mas não cessa tua lágrima de lábaros...
...Às duras penas,
Às pena duras!