Caos de Pitoresco
Observei hoje a morte, acordei de um sonho!
Despertei, mas suspirava de medo, rubro,
Quando em mim mesmo eu me abolia.
Estando em meio às miragens milagrosas
Um supetão turvo fez-me desmanchar,
Simplesmente desmanchei.
O solo que havia abaixo dos trilhos escorria,
Queda livre me tomara nos braços dissimulados,
Deixara-me livre, mesmo que livre a despencar e morrer.
Quem sabe, então, a morte da minha lucidez,
O céu ostentado por minha loucura,
Ou voz fiel de minha razão precocemente madura!
Saibam, meus mapas de rota são utópicos.
Analisando a tato, muito se repara,
Acordar e cair na morfina são coisas idênticas:
Mistura-se em ambas o insano e o bom senso,
O relógio e o atraso monótono, cheios de ganância.
Vomitam desejos, vendem trocadilhos
Paradoxo real traduzido nos sonâmbulos,
Algo que nos obrigam engolir goela abaixo
Como o sonho que se sonha junto...
... Ou quando se cai!