Noites de Inverno
Rio de Janeiro, julho de 2002
Correr com o tempo
Descansar corpos ao vento
Sorrir com o sol de inverno
Beijar o beijo eterno
A meia lua crescente
Cheia em seu esplendor
Derrama a tristeza alheia
Desce e leva aos mares a dor
E desponta renovado e festeja
O novo dia irradia
O frescor do orvalho chorado
Secando ao brilho das folhas
Folhas prateadas da água
Verdejantes do sol de inverno
O azul profundo do infinito
Refletido em sua face
Frágil guerreiro do asfalto
Saudoso de suas origens
Alto em suas aspirações
Dois corações em vertigem
Bela colheita
As uvas engarrafadas
O cheiro da madrugada
E o sereno nos olhos da amada
Amada lua, lua amada
A iluminar o caminho da chegada
Pesponta o mar, o horizonte
Responde sem falar o amar
Noite bela, fogueira acesa
Chuva rala no rosto
Quisera entender o gosto
Da chuva, da noite inteira