Invisível

Era dia e não tinha sol, nuvens densas, rastros e melancolia.

Era um dia que parecia noite, não escuro, mas só, sem rumo.

Era assim a minha vida, naquele dia que parecia noite.

Eu esperava um novo dia, sem chuva na vidraça, sem a vidraça, sem estar só.

Ela me olha pelo espelho, devaneios de uma alma inquieta.

Ela sorrir e diz adeus, vai, volta, insiste.

Ela não tem rosto, apenas forma...

Deforma sonhos, escreve histórias, peleja...

Ela reflete anseios, busca brisas e palavras belas,

ela é feia, tola e cega...

Presente e inerte, incômoda.

Precisa.

Charutos e jornais velhos,

pensamento e buscas,

cansaços e estranhezas.

Um papel em branco, a máquina à espera.

Um desejo de não ter,

mas ter de ter, para o bem querer...

E assim o fazer.

Escrever.

O que querer ser no mundo dos tolos?

Somos poetas por excelência, tendo a solidão por parceira...

Fria e muda, perfeita e isenta.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 31/08/2010
Reeditado em 26/05/2011
Código do texto: T2470612
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