AutoBiografia da Dor
Sou assim...
Complexa e estranha
Entrego o coração a quem amo
Ignoro quem me ama
E quem eu gosto não sabe
O quanto dói o mal fazer
O ignorar
O esquecer
O não querer saber
Sou assim...
Refilona mas sincera
Chata mas verdadeira
Briguenta mas carinhosa
Amiga de alma inteira
Sensível e engenhosa
Perdida mas de peito aberto
Dura mas suave
Brava mas compreensiva
Sou assim...
E no meu canto
Na minha solidão
Disse que nada tinha para oferecer
Fizeram-me crer que sim
E eu sem me aperceber
Doei novamente o coração
A quem nunca me quis ter
Sou assim...
E desta forma esquisita
Percebo que fui um rodopio
Que entrou e saiu de uma Vida
Sem nunca ficar ou ter sido
Apenas um furacão
Um vulcão em erupção
Que nada deixou
Ficou em mim a devastação
Sou assim...
Dedicada e solidária
Dou o ombro e o abraço
O beijo e o suspiro
A precisa receber
Talvez por isso seja fácil
Virar as costas
Dizer não quero mais
Perder sem ter pena
De viver longe
Da verdade
Da Amizade
Da realidade
Sou assim...
E por mais que queira não mudo
Continuo a ser tal e qual
Tombo após tombo
Apenas mais conhecedora
Da forma de melhor cair
Mas ainda não aprendi
A fugir sem me magoar
A dizer que não a sorrir
A mentira sem me aleijar
Sou assim...