AutoBiografia da Dor

Sou assim...

Complexa e estranha

Entrego o coração a quem amo

Ignoro quem me ama

E quem eu gosto não sabe

O quanto dói o mal fazer

O ignorar

O esquecer

O não querer saber

Sou assim...

Refilona mas sincera

Chata mas verdadeira

Briguenta mas carinhosa

Amiga de alma inteira

Sensível e engenhosa

Perdida mas de peito aberto

Dura mas suave

Brava mas compreensiva

Sou assim...

E no meu canto

Na minha solidão

Disse que nada tinha para oferecer

Fizeram-me crer que sim

E eu sem me aperceber

Doei novamente o coração

A quem nunca me quis ter

Sou assim...

E desta forma esquisita

Percebo que fui um rodopio

Que entrou e saiu de uma Vida

Sem nunca ficar ou ter sido

Apenas um furacão

Um vulcão em erupção

Que nada deixou

Ficou em mim a devastação

Sou assim...

Dedicada e solidária

Dou o ombro e o abraço

O beijo e o suspiro

A precisa receber

Talvez por isso seja fácil

Virar as costas

Dizer não quero mais

Perder sem ter pena

De viver longe

Da verdade

Da Amizade

Da realidade

Sou assim...

E por mais que queira não mudo

Continuo a ser tal e qual

Tombo após tombo

Apenas mais conhecedora

Da forma de melhor cair

Mas ainda não aprendi

A fugir sem me magoar

A dizer que não a sorrir

A mentira sem me aleijar

Sou assim...

Sonya
Enviado por Sonya em 21/09/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T245700
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