Jardim do Mar (III)

Jardim do mar,

do sol

e do vento,

Áspero e salgado,

Pelos duros elementos devastado

Como por um obscuro tormento:

E que não podendo como as ondas

Florescer em

espuma,

Raivoso

atira para o largo,

uma a uma,

As pétalas redondas

Das suas raras flores.

Jardim

que a água chama e devora

Exausto

pelos mil explendores

De que o mar

se reveste em cada hora.

Sophia de Mello Breyner - Dia do Mar

Inquieto
Enviado por Inquieto em 22/08/2010
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