Ontem

Eram madrugadas de carruagens de cristais
eu amanhecia dos sonhos da noite escura,
e nas longas utopias em que a infancia dura,
voava ainda em viagens pelos meus quintais!

Como eram leves os lambrequins de outrora,
quando os juntava às minhas precoces poesias
e quando me separava na janela da chuva lá fora,
imaginava nestas todas temporárias alegrias.

Tinha sempre cheiro de terra meus pequenos pés,
mas andava nos passos de um tímido e secreto amor,
e o tempo, este enunciador de todo e qualquer revés,
jamais será perpetuador da beleza, como tem a flor!

Talvez um rolimã gire dentro da roda da vida,
 e seu som seja a asa para tempos em que fui feliz,
que pensar perfeito para uma utopia perdida,
o relembrar constante de um eterno aprendiz.

Malgaxe

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 18/08/2010
Código do texto: T2446187
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