Jardim

Caminho pelo meu jardim

De uma beleza calma

Traços harmoniosos

O meu jardim magnânimo

Onde pequenos seres convivem

E até os vermes residem

Com sua graça e função.

Não consigo lembrar exatamente

Como ele se formou

Parece mesmo, ter sempre existido imutável

Não fossem tênues lembranças

Uma pequena clareira

Onde habitara um Amor Perfeito.

Mas as Damas da Noite ainda espraiam

Seu delicado e casto perfume

Ervas daninhas aqui e acolá

As rosas sempre dramáticas

Debulhadas em lágrimas orvalhadas

Um colibri a flertar com Hibiscos

O Ipê com seus breves sonhos dourados

Rei por uma semana

Plebeu no resto do ano.

Uma bola esquecida por entre Pingos de Ouro

Aviso de que o jardim não é só meu

Ele ainda parece novo

Um sopro deste instante

Embora venha de antes

De um tempo que já vai distante

Jardins são como a alma

Entendo por que os homens

Não reparam em seus jardins.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 09/08/2010
Código do texto: T2428114
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