Jardim
Caminho pelo meu jardim
De uma beleza calma
Traços harmoniosos
O meu jardim magnânimo
Onde pequenos seres convivem
E até os vermes residem
Com sua graça e função.
Não consigo lembrar exatamente
Como ele se formou
Parece mesmo, ter sempre existido imutável
Não fossem tênues lembranças
Uma pequena clareira
Onde habitara um Amor Perfeito.
Mas as Damas da Noite ainda espraiam
Seu delicado e casto perfume
Ervas daninhas aqui e acolá
As rosas sempre dramáticas
Debulhadas em lágrimas orvalhadas
Um colibri a flertar com Hibiscos
O Ipê com seus breves sonhos dourados
Rei por uma semana
Plebeu no resto do ano.
Uma bola esquecida por entre Pingos de Ouro
Aviso de que o jardim não é só meu
Ele ainda parece novo
Um sopro deste instante
Embora venha de antes
De um tempo que já vai distante
Jardins são como a alma
Entendo por que os homens
Não reparam em seus jardins.