TODA VEZ, A LUA!

No meu lado direito, a vida enfrenta a morte,

no esquerdo, vencida, entregue à própria sorte,

Dr. Arnaldo, São Paulo, 22 horas, eu penso nela,

no céu a lua, santo e cavalo, esperança forte,

iluminando as ruas, corredores e passarelas.

Brilha lua cheia de pranto que não cessa,

por que seu brilho me surpreende assim?

Não pergunta, me invade, quer ver meu fim,

aqui, longe de tudo que me foi promessa,

imploro, oh! Lua!..Faz ela voltar pra mim!...

Um soluço corta o silêncio na minha chegada,

meus passos arranja a melodia em minha porta,

meu olhar tem os sintomas do abandono,

e eu, seu homem, louco, querendo ser seu dono,

porque tu, lua, assiste a tudo e não se importa?

Pensamentos brilhantes, pela cheia da lua cheia,

em mim, como sangue, jorra constante, serpenteia,

minhas lembranças são as mesmas lembranças dela,

asas de avião, um semblante, um olhar perdido na janela,

vai ficando para trás, distante, na noite de lua cheia!...

E o brilho enfim, prata que até hoje me seduz,

de tanto em mim brilhar forte, resplandecente

faz do maior amor que esse mundo conheceu

queimar no peito a paixão que ainda não morreu

toda vez que, daqui, lua, eu vejo lá no céu a sua luz!...

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 29/07/2010
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