A casinha azul

Minha casinha na roça

é toda pintada de azul.

Nas manhãs de céu turvo

ela vigia a nascente do riacho

e seus muitos sapos

agachados nas pedras.

As hortaliças ficam

num cercado de tábuas

perto de um formigueiro.

Uma das janelas abre-se

para cheirar o jardim

mas adora mesmo é ver

uma borboleta amarela

treinada para voar.

No fogão à lenha

a chaleira apita: piuiiiiiii...

como quem chama as visitas.

Também no espaldar duma cadeira

há um velho papagaio

num currupaco cansado

mas imita a cozinheira.

Uma leiteira na mesa

com cara de camponesa

adora olhar o café.

O quentinho dos pães

aquece as mãos com carinho

e nem comentam que isso

é trabalho do sol.

E começa a chover

o vento toma chegada

e quase que a panela

fica cheia de cinzas.

Até os meninos se assustam

quando a porta se fecha

com medo de tomar banho.

Na chaminé da casa

toda na intimidade

a fumaça deita-se

em cima do telhado.

Certamente é assim

toda manhã de inverno

e faço qualquer coisa

para ficar por aqui.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 21/07/2010
Código do texto: T2391262
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