Florzinha e o primo Zaqueu
Vozinha tinha uma cabra,
bem gordinha e engraçada,
ela de mim não gostava,
mais a cabrinha eu amava
e dela muito eu cuidava.
Eu tinha um primo meu,
que a cabra desejava,
e pedia a vovozinha
pra comprar, ele pagava,
Mais só que eu não deixava.
Essa cabra a avó me deu,
e eu até tinha ciúme
deste dito primo meu,
se olhavam de um jeito,
que tirava o sono meu.
Quando ela via o primo,
ficava toda assanhada,
eu falava pra vozinha,
eu cuido dessa cabrinha,
e ela gosta de Zaqueu.
Eu dei o nome florzinha,
ela era tão fofinha,
quatro marcas ela tinha
branca e preta as manchinhas
assim era a cabrinha.
Um dia minha vovozinha
foi buscar lenha na serra,
pedi a avó pra levar
aquela cabrinha minha,
pra só ela não ficar.
E assim o meu pedido
a vozinha concedeu,
eu fui com minha cabrinha
junto com a vovozinha
e o burrico Teteu.
Enquanto a minha vozinha
tirava lenha na serra,
eu ficava sentadinha
embaixo de uma mangueira
vendo um belo por de sol .
Descendo na ribanceira,
a florzinha amarrada
debaixo de uma jaqueira,
de repente olhei pro lado
a cabra tinha se soltado.
Atrás dela pelo mato
fui correndo apressada,
cai num buraco fundo,
olhei pra cima e vi
florzinha rindo pra mim.
Gritei, minha vovozinha!
Tentei subi e cai,
até que com muito esforço
braço ralado e desgosto
eu do buraco sai.
A florzinha olhou pra mim
e começou a correr,
me deu raiva de morrer e
quase que eu me mijava
de tanto esforço fazer.
Adivinha onde a corrida
de florzinha foi parar?
No sitio do primo meu
O tal chamado zaqueu,
não era de se estranhar.
Minha avó seguiu a trilha,
e foi lá nos encontrar,
ai ela olhou pra mim
e disse ainda bem
que a cabra aqui esta.
E com jeito de carinho
me falou devagarzinho,
ainda bem queridinha
que achou sua cabrinha
tua querida florzinha.
Então eu falei: Vozinha
não quero mais essa cabra
só quero o burro tetéu,
não gosto dessa avoada
que este vexame me deu.
Essa dita não e mais minha,
perdi o amor a pirada,
não quero saber mais nada,
pode vender a safada,
pro nosso primo zaqueu!