Campos verdejantes...
Campos verdejantes... sois tão brilhantes,
Como o sorriso que na lembrança hospedo,
Sois testemunhas do amor que no seio carrego.
Campos verdejantes... brilhantes, testemunhas...
Regato borbulhante... estás tão distante,
Como o suspiro que sinto, já não nego,
Sois testemunhas do amor que na alma levo,
Regato borbulhante... distante, testemunha...
Flores belas perfumadas... sois tão ociosas,
Balançando-se ao vento, mexendo suas corolas,
Sois testemunhas do amor que no seio velo.
Flores belas perfumadas... ociosas, testemunhas.
Astros cintilantes... embora distantes, sempre vibrantes,
Puro brilho critalino que comigo carrego,
Sois testemunhas nas noites escuras que atravesso.
Astros cintilantes... vibrantes, testemunhas...
Chamas bruxuleantes... aos poucos se apagando,
Deuses de mundos distantes, morrendo vacilantes,
Sois testemunhas de meu amor tão cego.
Chamas bruxuleantes, amor cego, testemunhas...
Sonhos inebriantes... fantasias ainda militantes,
Na luta da rotina, guerreira tenaz, me revelo.
Sois testemunhas, dos abortos que não revelo.
Sonhos inebriantes... não revelo, testemunhas.
Olhos faiscantes... girando solitários e cegos,
Sorrindo para o nada neste estar eterno.
Sois testemunhas, desse meu futuro incerto.
Olhos faiscantes... meu andar inseguro, caminho do eterno.
Chamas penetrantes... invadindo colorindo meu semblante,
Enfeitando os rostos dos irmãos meus semelhantes.
Sois testemunhas, dos segredos que para vós revelo.
Chamas penetrantes... testemunhas do amor do Criador.