Morrer de Amor


Pudesse eu morrer trezentas mil vezes de amor
Que  morrer uma de frio, escolheria por amor
De amor morre-se a rimar, diante de um altar
Que pode ser lua, pode ser o sol poente
Diante dum cenário nostálgico e majestoso
Morre-se entre aquarelas e primaveras
Novinhas, com perfume de flor
E cada cenário, se pode ilustrar
Novamente, feito semente nova
A germinar
 
Morre-se quente, ao gole do vinho
Ou em qualquer estrada a caminhar
Tem-se um lugar concreto para um retornar seguro
E se o tempo se fizer escuro
Há um espaço sob o teto
Para se abrigar
 
Pudesse eu morrer cinqüenta mil vezes de amor
Que morrer a uma de fome, escolheria por amor
De amor morre-se satisfeito, pois este não nos tira
Ao alimento o direito, sustento das formas
Impulso a continuar
De amor morre-se a degustar
Muito além da vontade
Mais até pela ansiedade
Além do necessário
Para o corpo saciar
 
 Pudesse eu dez mil vezes morrer de amor, que uma
De orfandade, escolheria por amor
De orfandade se morre, sem carinho,  nem nome
E tantas vezes a fome e o frio vêm colaborar
Morre-se, sem o toque suave na pele
Tão necessário para nosso  caminhar
Morre-se sem conhecer a ternura de um sorriso
Sorriso de pai, ou mãe em quem se pode
Irrestritamente confiar
 
Se eu pudesse morrer mil vezes de amor, morreria
Do que morrer sem nunca , nunca experimentar
O outro lado, o surreal da vida
O que restaura  a alegria
Poe forças no olhar
E encontra saídas onde
Todas as frestas se fecharam
E ainda assim, percebe estrelas
Além do que aos olhos
É permitido olhar


        


           *** imagens google***




AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 18/07/2010
Reeditado em 10/11/2010
Código do texto: T2385709
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