Como essa noite findará
Noite , ave sonora que atropela o nó
Que preso cala a voz do meu silêncio
Sossego de outras almas que enfim pó
Algoz das que navegam em mares de suplício
Do véu que descortina sem segredo
Momentos de ausência, de clausura
E quedo a fitar ao longe o medo
No leito que de espinho faz leitura
Assola, vasto tempo que se foi
Lembranças de criança e folguedo
E marcas que em mim se perpetua
Na Vila a rugir carro de boi
E sonhos que afloram, meu segredo
Desvenda quando adentra feito lua