Ruas Estreitas de Paraty
Andava devagar olhando,
Sem ver, as pedras que ficavam sob a estrada
que, afinal, vai dar em mar;
Andava pensando,
Na filosofia da espera da chuva,
Ritual estratégico
Para acabar de chover o dia e
Anoitecer a manhã;
Marco do primeiro dia descoberto, este nunca termina,
Num dia que não encerra a noite,
Nem a semana acaba o mês de anos,
Anos do século da história monárquica.
Paraty é o lugar do bonde parado da vida;
Ali existe uma passagem-umbral onde as letras podem descer rolando pelas pedras.
Ando lentamente na rua estreita do tempo que não existe mais.