Além

A vida nos mostra um único caminho: viver.

É neste caminho que escolhemos, que abdicamos, que esquecemos, que guardamos...

É o caminho da vida e suas promessas.

Levantar às seis da manhã e não xingar o despertador,

Reclamar do frio, do banho quente, do piso gelado, da tolha úmida.

Sair correndo, mastigar o pão, derramar café na blusa, esquecer o maldito celular.

Encontrar o vizinho, falar mal do vizinho, em pensamento; xingar o guarda de trânsito.

A vida cotidiana te trás coisas, te escraviza, te prende, te liberta.

Amar e deixar de amar, sorrir e chorar.

Chegar, partir...

A mãe que pare, o filho que morre, o pai que some.

A briga na rua, a festa e a lua.

Futebol, médico, oficinas de teatros vivos, relances, cenas.

Memórias...

Quem somos e o que queremos, ninguém se importa.

Um exame qualquer, um mal qualquer e o médico tendo a cura.

Bobagens da vida e seus caminhos...

O sepulcro aguarda tranquilo o depósito dessas vidas.

Repletas de histórias, de memórias, de dores e de congratulações....

Depósito de nada, velado, escuro, mudo....

Memórias de vivos, dores de vivos...

Vida de mortos, casas caiadas.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 05/07/2010
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2359337
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.