Alguém tem que se sujar

Dentro de cidades

Existem novos lares

Cheios de verdades

Elas têm seus lugares

Como verdes mares

A cada dia um

É você com algum

É nenhum dia

Sem nenhum

Você não fazia

Pra fora de mim

Você foi a primeira

Numa cama sem fim

Na rede, na esteira

Pra onde vive daí

Vou andar daqui

Viajar pra Madrid

Você vai engolir

Chorar aos prantos

Fingir sorrir

Outros tantos

Homens fracos

Frios e gastos

Nem um minuto

Descobre minha paciência

Nem te escuto

Não sinto sua ausência

Nem de luto

Chama-me à tua presença

Imagine meu furto

De castiçais de sua eminência

Pois meu Deus surdo

Sempre me deu convalescença

Em enfadonhos campos de batalha

A tua situação se trabalha

Mas nas nossas testas vazias

Faltam faixas de supremacias

Da razão da multidão

Da certeza de coração

Do ébrio destino ausente

Do ventre de gente

Saem fagulhas de pulsão

Veja a sua situação

Nada realmente bate no céu

Está na imensidão interna

Se te dou um escarcéu

Você se volta pra caverna

Se me vou ao léu

Dá-se por si moderna

Gustavo Martins Pistoresi
Enviado por Gustavo Martins Pistoresi em 06/09/2006
Código do texto: T234330