Desejos Secretos!
De coração desfeito das intempéries do amor,
o vulto erguia-se de mais uma aventura perdida.
Acabara de receber mais um duro golpe,
vicissitudes, de quem perdera o norte
e se guiava pelo vendaval dos atos espontâneo.
Três letras assombravam o seu pensamento
– fim –
era o seu constante tormento,
porque o tempo
mostrava os insucessos repetidos.
Outrora esteve perto da felicidade
mas o medo de assumir esse real sentimento
assustara a condição,
e a oportunidade viajara para outras
paragens da vida de alguém.
O vulto era a noite!
Ansiava voltar a sentir-se o sol de alguém
como um desejo secreto.
O seu desejo secreto, concretizado,
daria um sorriso constante e aberto.
Daria um brilho aos seus olhos pungentes
e extrairia do seu pensamento
a afronta das palavras residentes.
Todas as noites,
regressava ao sonho para vive-lo intensamente.
A realidade não conseguia dar-lhe esperança,
vontade ou uma pequena alegria que fosse!
Morria lentamente
perdendo as forças ocultas para realizar
o desejo de ser simplesmente feliz.
Todas manhãs, ao acordar,
imaginava que um vulto especial
entraria na sua vida e que, de sorriso em sorriso,
viajariam no mundo do amor
e acabariam os seus dias, juntos,
à beira de um lago,
numa casa feita de momentos felizes
e de grande cumplicidade.
Em silêncio esperou
e os seus dias passaram lentamente por si!
Os seus olhos gritavam:
-“ Eu morro pela tua presença!”
As suas lágrimas denunciavam:
Fiquei… inverso… de… mim!
Os seus passos corriam para o abismo!
Fiquei…
Incompatível… (de)
Mim…
(Nunca tenhas medo de amar.
De assumir o desejo, o teu íntimo desejo,
porque a vida não pára e amanhã pode ser tarde…)