Verde Ramaria

Verde Ramaria

Que me concede mais uma poesia

E pela estradinha desenhando em ziguezague aterrada

Lá se vai a Romaria

Tão longe vai que já nem mais escuto a cantoria

Clamando e chorando seus ais na languida melodia

Agora nesse momento sinto apenas a aragem,

balançando um sino preso na janela

E um pequeno giro do cata-vento de folhas de seda amarela

A verde ramaria ainda brilha tendo a ventania nas folhagens

Logo anuncia uma chuva ao entardecer

E me concede novamente força pra caneta fremente escrever

E assim a chuva desce assentando o pó da estradinha ao longe

No ziguezaguear encharcando a verde ramaria

dando viço as folhagens e aos pastos fertilidade

E vida a poesia

Ei! Alguém corre lá no quintal, pra tirar as roupas pendurada e já encharcadas no varal

E depois entre na varanda , que a chuva não abranda e já é temporal

E pela vidraça eu contemplo ,ouvindo o cantar do vento a paisagem acinzentada

E mesmo o tempo fechado

Pela vidraça separado

Ainda entra o aroma de terra molhada

E a verde ramaria como nunca se esconde

Traz inspiração aos montes

De mais uma rascunhada

Monica da Costa
Enviado por Monica da Costa em 04/06/2010
Código do texto: T2298437