Virtú
Um rosto desfigurado, marcado pela tristeza... E suas falanges todas quebradas. Uma arma revolucionária de magoar os outros, isso é o que muitas pessoas fazem; isso é o que existe. Dentro de um cenário todo modificado por corpos e mentes extraordinários, julgo pouco tangível falar de amor se for apenas um simples ato em si. Na medida em que cresço como pessoa, descubro diminuir a busca pelo infinito das coisas mágicas, do lúdico e do florescer.
A consciência trabalha de forma espantosa, sempre elencando fatos já esquecidos para aperfeiçoar os sentidos a respeito da vida, do amor, das amizades. Interessante saber, nisso existe certo raciocínio lógico, que parece indeferir na defesa de um quanto de outro.
Na realidade a coisa que lhe parece tangível, é sempre a mesma que mais distante está. Como se fosse uma estrela cadente, que brilha intensamente, por poucos segundos, ela apenas brilha. Na direção contrária a tudo isso, existe um paradoxo: querer sempre ser um amigo sincero. E como isso fazer sem ser realista? Sem machucar os outros.
Sim, eu sei como. Isolando-se.
Na vida temos escolhas que implicam em renúncias. Se, para ter muitos “amigos” é preciso fingir, eu vos digo: que não o sei fazer. Muito pelo contrário, minha maior virtude chama-se sinceridade. O ser que é honesto, não se torna, ele o é, sempre foi, está intrínseco. Não podemos confundir a beleza das coisas com a forma como elas se apresentam, muitas vezes, diferente da realidade do ser. Aquele que mente, mas é belo, não tem virtude.