Suplica

Vejo duas pessoas,

Apaixonadas,

Andando pelo parque de mãos dadas,

Sentam no banco da praça,

Abraçam-se,

Beijam-se,

Escrevem suas histórias,

Diferentes, cada qual a sua,

Porem ambos estão na mesma história.

Vejo em seus olhos

Se amam

Estão apaixonados

Desejam a vida

A alegria

O prazer

A paixão.

Se é dia,

Contemplam o sol,

Se noite

A lua,

As estrelas,

As constelações a perder de vista.

Os pássaros,

A neve,

Que cai em leves flocos

E parece congelar até a alma mais ardente,

Nada desanima o jovem casal que se ama.

Lembram-se das cartas de amor

Escritas durante o namoro,

As fugas

O desejo

As melodias que encantavam a cada um

O universo,

O desejo de voar

De quebrar as barreiras do tempo e do espaço

Hó louca e eterna inspiração,

Que me inebria,

Que me aquece

Que me toma por completo.

Hó mais louco amor, vale a pena arriscar tanto?

Talvez,

Por um amor que nem mesmo a mais fria das nevascas consiga congelar

Por um amor assim

Vale a pena até mesmo lutar contra o mundo

É direito de todos amar e ser amado

Dar e receber prazer.

Eis a vida em plenitude

Em seu sentido completo,

...

Que porcaria de poema,

Que nem de amor não sabe tratar,

Talvez pelo fato de seu escritor

Mesmo sem talento

Insistir em ser poeta,

Mas eis que a vida não perdoa,

Poeta é dom

Poetizar não se faz escolha

Mas talento de berço

Não herdado de pai ou mão

Mas dado pelo criador.

Então ó meu criador

Peço,

Suplico com tanta insistência

Dá-me o dom da poesia

Dá-me o dom de poetizar

Assim como as mulheres de Israel

Assim como Maria

Que ao visitar sua prima

Ergue ao céu

O mais belo poema de louvor

Ao seu, meu, nosso

Senhor e Deus.

O senhor fez maravilhas em sua humilde serva...

Peço-vos ó Pai de glória,

Fase também em teu humilde servo,

Tirai esse tormento da humanidade,

Dá-lhe o dom da poesia

Para que não seja necessário mais

Atormentar a humanidade

Com estas coisas horrendas.

Dá-me,

Ó Pai o dom de poetizar,

E que assim possa fazer com que,

Quem ao meu redor estiver

Os ouvidos possam destampar.

Dá-me o Pai o dom da poesia!

(27/05/07)

Wagner Gaspar
Enviado por Wagner Gaspar em 19/05/2010
Código do texto: T2265932
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