Retorno ao Édem.
Vamos caducar juntos: nós dois.
Juntos, balançando, pra lá e pra cá:
__ Numa cadeira, num balanço de parque __
Balançando: meu cajado e suas tranças.
E os chatos vão caindo, porque não há mais
Rancor.
Não existe mais dores:
Vamos brincar de ciranda e picula,
De macaquinho e elástico.
Brincar pelas ruas sem maldade,
Sem medo dos olhos alheios,
Sem omissão do que já foi um dia escondido,
Sem medo de vergonhas.
Que os outros nos condenem inocentes-
Eles nunca souberam de nossos segredos:
___ estamos absolvidos, em fim___
Livres da própria pele – livres...
Mesmo que nossas faces não demonstrem,
Estamos eternamente livres...
Iremos a Deus sem culpa alguma:
___”Deixe-me vir as criancinhas”___
Penetraremos nos limites mais profundos da inocência,
Dos quais um dia o homem se perdeu.
Seremos irmãos de nossos netos mais jovens.
Seremos filhos de nossos filhos:
Pequenos ainda no tempo,
Grandes na alma,
Medianos no caminho.
Porque em nossos corpos, habitarão adultos e crianças.
( Ivonildes Santana e Eduardo Fernandes)