Retorno ao Édem.

Vamos caducar juntos: nós dois.

Juntos, balançando, pra lá e pra cá:

__ Numa cadeira, num balanço de parque __

Balançando: meu cajado e suas tranças.

E os chatos vão caindo, porque não há mais

Rancor.

Não existe mais dores:

Vamos brincar de ciranda e picula,

De macaquinho e elástico.

Brincar pelas ruas sem maldade,

Sem medo dos olhos alheios,

Sem omissão do que já foi um dia escondido,

Sem medo de vergonhas.

Que os outros nos condenem inocentes-

Eles nunca souberam de nossos segredos:

___ estamos absolvidos, em fim___

Livres da própria pele – livres...

Mesmo que nossas faces não demonstrem,

Estamos eternamente livres...

Iremos a Deus sem culpa alguma:

___”Deixe-me vir as criancinhas”___

Penetraremos nos limites mais profundos da inocência,

Dos quais um dia o homem se perdeu.

Seremos irmãos de nossos netos mais jovens.

Seremos filhos de nossos filhos:

Pequenos ainda no tempo,

Grandes na alma,

Medianos no caminho.

Porque em nossos corpos, habitarão adultos e crianças.

( Ivonildes Santana e Eduardo Fernandes)

Arquelau de Satna
Enviado por Arquelau de Satna em 11/05/2010
Código do texto: T2249911
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.