Ao Sol da Primavera

O sol primaveril está brilhando, seus raios soltam brilhos ao léu, suave ele vem chegando com o seu diáfano véu. Nos belos eflúvios de cores a primavera traz alegrias, vidas, flores, aliviando as nossas dores, são bálsamos vindos dos céus. A primavera mostra o céu azul, o verde e a beleza das flores, a magia do arco íris com caminhos de luz multicor, a pujança das águas arremetidas no inverno; e trazem um frio suave lembrando o outono da vida, descanso, mas, também ao espírito a tranquilidade no amor!

Fontes e rios á correrem tranquilos aos braços do mar, nos levam á meditar sobre nós e o Criador. Cachoeiras deslumbrantes nos mostram a sua força e poder, a perseverança das águas em utilidades mil. A rica fauna e a bela flora me fazem amar sempre mais as terras do meu Brasil.

O sol que brilha nos aquece a alma, nos traz alegria, fala de amor, vida perene e renovação. Seres alados singram os ares e doce magia nos transmite a paz, serenidade e inspiração. O céu azul nos faz meditar em mistérios sem fim, tenta dissipar as dores que existem dentro de mim. Saudades dos amores que se vão, o sofrer imprevisível á invadir os nossos dias e entristece o coração.

Os raios do sol "brilham nas vidraças da minha janela", diz assim a bela canção. Derramam sobre mim e sobre você os seus raios multicores almejando afastar melancolias, enxugar as lágrimas doridas das almas em ascensão. O rei sol fala de esquecimento e cooperação, estimula-nos á prática do bem e do perdão. Sol radioso que traz a vivificação e invade o nosso ser, aquece a nossa fé, traz mudanças, partilhas, misericórdia, amor e comunhão.

As flores lindas que vejo me chamam até ao jardim, me dão beleza e perfume, as rosas, lírios e jasmins. O doce cheiro das mirras, os cajueiros em flor com os seus pequenos matures, as mangueiras e coqueiros, parecem acenar para mim. Gaivotas e andorinhas, beija-flores, bem-te-vis, os rouxinóis e pequeninas rolinhas, os mimosos colibris, alegres com a primavera que chega, cantam alegres cantam o amor. Música e dança, calor, fantasia, canção, sexo, vida, procriação. A chuva, o verde e o sol, enfeitam os galhos das árvores para os frutos do verão. A mangueira e o cajueiro, primores, enfeitam a nossa janela, e sob a luz do belo luar, apreciam e perfumam as nossas noites de amor.

O céu límpido tão bonito promete um branco luar, noite estrelada e poesia, uma voz singela á cantar os sentimentos de amor, sonhos, abandono, anseios e dor, e a sublime gratidão na vocação para amar.

Dias de sol e a jangada ao mar na suave brisa a soprar, lá vou eu cabelos ao vento e o barco singrando as águas, velas brancas á tremular sobre o balanço das ondas nesse verde azul do mar. E no barco vou buscar boa aventura e um saboroso peixe pescar.

A linda passarinhada voa com intensa alegria nesta algazarra inquieta, hora alegres e hora tristes, cantando e fazendo festas. As aves se entrelaçam nos ares, se bicam, se abraçam e se beijam, sentem saudades das matas e do cheiro bom das florestas; elas choram a falta das fontes, a correnteza dos rios á deslizar sobre os vales e a serpentear entre os montes.

O entardecer se anuncia, jacarés abrem as bocas, o Bolero de Ravel se expande nos mares e nas serras longínquas onde o sol vermelho se esconde. No Forte Velho e a Ilha Bela por trás dos braços do rio a abraçarem os mangues, existe uma bela vila, onde homens e outros seres viventes buscam um recanto tranquilo para a sua proteção. E no silêncio da noite eles enfrentam os seus medos, os dragões e os feios monstros que tal as brumas do mar tornaram seus sonhos desfeitos; e nesse paraíso natural buscam revigorar-se no calor dos aconchegos. As aves ansiosas numa balbúrdia danada voam para os altos galhos dos imensos arvoredos á procura dos seus ninhos que acolhem os seus sonhos e escondem os seus segredos.