Lusco-fusco
Na tarde quieta e fria,
da janela do casarão,
a jovem se extasia
com uma cena do dia a dia
que lhe passa muita emoção.
O sol no rio adormece.
Em suas águas permanece
do astro o rastro dourado,
sinal do descanso almejado.
A moça, no lusco-fusco,
não se cansa de admirar
o horizonte vermelhusco,
onde água e céu
estão a se encontrar.
Uma paz indescritível
toma conta de seu ser.
Sua branda face perceptível
como o rio inacessível
deixa seu sentimento aparecer.
Por seu corpo perpassa
certo frêmito ligeiro.
A beleza cruzou a vidraça
e atingiu destino certeiro.
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